Artigo: a criação da Federação Médica

01/10/2015 18/12/2015 21:08 244 visualizações
[caption id="attachment_1425" align="aligncenter" width="780"]Sede do Sindicato dos Médicos em Palmas (TO) Sede do Sindicato dos Médicos em Palmas (TO)[/caption] [caption id="attachment_1426" align="alignleft" width="236"]Janice Painkow Presidente do SIMED-TO Janice Painkow
Presidente do SIMED-TO[/caption]

Desde sua fundação, em 18/03/1989, o Sindicato dos Médicos no Estado do Tocantins (SIMED-TO) dedica-se à defesa intransigente dos direitos da classe médica e ao fortalecimento do movimento médico, sempre se pautando pelos princípios constitucionais e classistas que o norteiam. Gestão após gestão, guia-se por seu compromisso ferrenho com o médico, com a medicina e com a defesa de um serviço de saúde de qualidade à população.

Por esses princípios, e em respeito à sua história e à memória de seus membros, ao legado de contribuições à luta médica desde a criação do Tocantins, o SIMED-TO se desfiliou da Federação Nacional dos Médicos (FENAM).

Ancorado em sua história, o SIMED-TO une-se a entidades do Acre, Alagoas, Amapá, Anápolis, Campinas, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Santos, Sorocaba e São Paulo para criar uma entidade federativa que possa responder às demandas do movimento médico e fortalecer as bandeiras de luta dos médicos, da medicina e da saúde no país. Assim, nasce a Federação Médica Brasileira (FMB).

O SIMED-TO e os articuladores da FMB acreditam que este é o momento de transformar a história da organização sindical médica em uma história de homens e mulheres compromissados com a categoria e, sobretudo, com saúde de qualidade para a população.

Defendemos o revigoramento do movimento médico através do fortalecimento de cada entidade de base, com uma FMB democrática, de grande ação política, apartidária, solidária com as demais entidades médicas e com os movimentos dos demais trabalhadores e, sobretudo, não intervencionista.

A FMB nasce alicerçada pelos princípios da Democracia participativa, da Unidade na diversidade, do Compromisso com o médico, a medicina e a saúde, da Independência e autonomia e do Compromisso com o povo brasileiro.

O conjunto desses princípios norteia a liberdade democrática para respeitar a opção política de cada dirigente que articula a consolidação da Federação Médica Brasileira, sem que isso retire a autonomia e a independência da entidade que tem seu compromisso maior com os médicos e com a saúde, bem expressa na Carta de Princípios, aprovada em Pernambuco.

Entre as razões para a criação da FMB estão o avanço da precarização das relações e das condições de trabalho dos médicos nos setores públicos e privados; a falta de políticas permanentes e eficientes de Recursos Humanos que possibilitem a disponibilidade de profissionais médicos de maneira sustentável em todos os rincões do país; as crescentes ações de desvalorização do trabalho médico, com grande prejuízo na qualidade de sua assistência; a ineficácia das políticas de qualificação da formação de médicos no país.

Também se constituem fato gerador da FMB a política de desestruturação do processo de pós-graduação médica (Residência Médica) que prejudica a boa formação de especialistas no país; a crescente onda de transferência da gestão na saúde pública para Organizações Sociais e Fundações Públicas de Direito Privado e o avanço e sedimentação de políticas antidemocráticas na organização sindical médica nacional, entre outros.

A FMB nasce para dar continuidade à verdadeira luta em defesa dos legítimos interesses dos médicos e da sociedade. Vamos vencê-la sob a bandeira da liberdade, da unidade, da democracia e do respeito.

Janice Painkow Presidente do Sindicato dos Médicos no Estado do Tocantins Email: simed.to@uol.com.br

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* Artigo publicado na primeira edição da Revista da Associação Médica Tocantinense, Palmas, outubro de 2015.