Ato médico revela más condições de trabalho nos hospitais públicos

01/02/2016 01/02/2016 19:13 255 visualizações
[caption id="attachment_1894" align="aligncenter" width="780"] Médicos que atuam no Hospital Geral de Palmas no primeiro dia da paralisação de advertência[/caption]

No primeiro dia da paralisação de advertência dos médicos que atuam nos hospitais públicos do Tocantins as más condições de trabalho se sobressaíram. No principal hospital público do Estado, o Hospital Geral de Palmas, o destaque foi para a falta de medicamentos e material básico para atendimento e a má qualidade da alimentação servida aos pacientes, acompanhantes e servidores. No almoço, o prato servido era um composto de caldo de feijão e macarrão.

Em relação aos medicamentos em falta, o setor de oncologia do Hospital Regional de Gurupi não continha morfina (remédio primordial para aliviar a dor em pacientes com câncer).

O posto do HGP listou a falta de gaze, esparadrapo, espátula além de outros materiais curativos para as salas amarela e vermelha do hospital. Também foi constatada que o sistema a vácuo da UCI (Unidade de Cuidados Intensivos) não funciona e há apenas um aspirador portátil para atendimento de 18 pacientes. [caption id="attachment_1895" align="alignleft" width="167"] Lista de remédios em falta na UTI do Hospital Regional de Gurupi[/caption]

A quantidade de alguns equipamentos também não atende às resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM), de um por sala, e estão sucateados, como monitores, capnógrafos (aparelhos para oxigenar pacientes da UTI) e transdutores de pressão invasiva.

“Esse cenário encontrado nos hospitais comprova que não é por falta de médicos que o atendimento ao paciente no Tocantins é precário, mas pela falta de compromisso do governo estadual em fornecer as condições mínimas necessárias”, afirma a presidente do SIMED-TO, Janice Painkow.

“Por várias vezes acionamos os órgãos fiscalizadores e de controle e já informamos o próprio governo estadual sobre essa precariedade nos hospitais, mas o governo não faz da solução para esses problemas sua prioridade de gestão”, completa a presidente. “Ao contrário, além de tentar transferir a culpa de sua incompetência para os médicos e servidores, chegou ao ponto de instituir o calote aos direitos dos servidores e de negligenciar seu dever como ente público como seu “modelo de gestão””, critica Janice Painkow.

Paralisação

A presidente do SIMED-TO estima que mil médicos estão atuando na paralisação que se estenderá até as 19 horas do dia 3 de fevereiro. A paralisação parcial de advertência suspende os atendimentos em ambulatório e os procedimentos eletivos, mantendo-se apenas os atendimentos em urgência, emergência e pacientes internados nas unidades hospitalares.

As más condições de trabalho nos hospitais e o calote instituído pela gestão estadual que não paga direitos dos servidores, como progressões funcionais, insalubridade, produtividade e adicional noturno embasam as decisões dos médicos pela paralisação.

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